domingo, 30 de abril de 2017

O Observador e a dança das esferas – Parte II (As Esferas)

Você é um Observador? Eu sou! Já disse isso varias vezes, se você não sabe porque sou e nem sequer sabe o que é ser um observador, então antes de seguir adiante leia: "O Observador e a dança das esferas – Parte I (O Observador)".


Uma primeira Observação.

Quando eu era criança lá pelos meus 5 a 6 anos de idade, morava em uma cidadezinha do interior bem pacata, daquelas onde praticamente todos se conhecem e passa anos sem nada mudar.

Naquela época, era comum ver crianças brincarem no meio da rua. Não havia preocupações com violência urbana; assalto; sequestro ou coisa do tipo.

Ao anoitecer, eu, alguns amigos, e a primaiada toda, íamos para uma pracinha em frente a casa de um dos meus tios, e lá, nos encontrávamos para brincar de esconde-esconde; chicote queimado; bola de gude ou bila como era conhecido por nós; além de uma serie de outras brincadeiras que naquela época e naquele local se podia brincar ao ar livre. Isso era muito bom!

Outra coisa que me trás boas lembranças desta época era quando chovia. A chuva quando acontecia era um verdadeiro evento, pois a chuva proporcionava muitas alegrias para todos. Mas, para nós crianças a grande alegria era reunir a meninada e irmos todos para a esquina da rua onde morava seu Serafim, um comerciante da cidade. Nesta esquina existia um casarão onde toda a água da chuva que caia em seu telhado ia direto para uma bica onde nós, crianças,  fazíamos a festa... E que festa!

O tempo passou, eu já não sou mais criança, nem moro na mesma cidade. Hoje, moro em uma cidade grande onde brincadeiras na rua e tomar banho de chuva não são tão comuns como era naquela época e naquela cidadezinha onde morava, o que é uma pena, pois meus filhos desconhecem estes prazeres da infância.

Esta época a muito se foi, mas não se foram às boas lembranças, estas, permanecem vivas em minha memória. E quando me encontro em um momento de nostalgia, reativo minhas memórias, como quem olha em uma “esfera” de cristal e observa as imagens que nela aparecem...

Pois Bem, essa é a técnica de observação utilizada por mim que permite observar o passado, o presente; o futuro; um lugar onde estive; estarei ou onde não estive nem pretendo estar; aquilo que eu percebo; entendo; sinto...

Enfim, como observador que sou, observo toda a vida e toda a existência como se fosse uma “ESFERA”. Isso mesmo uma esfera!

Mas Porque uma "ESFERA"?

De forma simplificada pode-se dizer que uma “ESFERA” é o objeto de observação de um observador. Basta olhar para ela e tudo que dela pode ser observado esta contidos nela.

No entanto, dizer apenas isto é ser simplista demais... afinal, ser um observador é ser alguém que vive a observar muitas “coisas” por muitos meios, de muitas maneiras e em muitos momentos diferentes. Isto implica dizer que não basta somente observar.

É preciso saber observar!

Porem, para saber observar com propriedade aquilo que observado pode ser, se fará necessário o uso de um “Modelo” de observação.

E um “Modelo” de observação nada mais é do que:
  • Uma metodologia;
  • Um mecanismo;
  • Uma técnica;
  • Um meio;
  • Uma forma...
E ai é que entra o modelo de observação baseado em "ESFERAS", o qual torna possível estabelecer parâmetros e premissas que norteiam a compreensão do olhar que se coloca naquilo que podemos chamar de o “Objeto” de observação ou “Esfera” de observação.

Vale lembrar que, embora existam vários “Modelos” que podem ser utilizado para a arte da observação, qualquer que seja o modelo utilizado, sempre estará sujeito a falhas. Pois, até onde já se observou não existe modelo perfeito.

E é por isso que com o passar do tempo,  todos os "Modelos", podem ser melhorado, mesclado ou substituído por outros “Modelos” mais apropriado para a observação em questão.

E o como funciona o "Modelo" de observação das “ESFERAS”?

Ora, uma ESFERA, é algo assim como:
  • Uma bola;
  • Uma bolha;
  • Um círculo (se pensarmos bidimensional);...
Obviamente, a ideia do modelo de observação associado a uma "ESFERA" vai além de uma simples comparação com a geometria, pois, o conceito de "ESFERA" a que me refiro  é de natureza abstrata e está associado a ideias como:
  • Área de atuação;
  • Zona de segurança;
  • Universo envolvido;
  • Limite de aplicação;
  • Contexto de existência;...
Então, com tais ideias em mente, ao observar, o que observado pode ser, será possível organizar melhor as percepções do nosso “Objeto” de observação ou da nossa “ESFERA” em questão.

E qual o objetivo de tudo isso?

Ora, com isso tudo, estaremos mais perto de obter uma resposta satisfatória referente “aquelas” questões inquietantes da alma. Lembra? Se não lembra talvez seja hora de ler ou reler "O Observador e a dança das esferas – Parte I (O Observador)".

Então, é hora de fazer uma pergunta óbvia:
"O que exatamente poderá ser observado como uma esfera"?

E por enquanto a resposta pode não ser tão óbvia:
"Qualquer coisa observável poderá ser observada como se uma ESFERA fosse"!

Para justificar melhor esta respostas, acompanhe meu raciocínio e vejamos alguns exemplos:

Se o que eu observo for:
  • Um lugar qualquer como: Uma cidade; Uma região; Um país...
  • Um lugar muito pequeno como: Uma célula; Um átomo; uma partícula subatômica...
  • Um lugar muito grande como: Um sistema solar; Uma galáxia; O universo...
Coisas como estas, com suas variações de grandezas, podem ser observadas como se fossem "ESFERAS" de "Geografia Espacial”.

Quando o que eu observo é:
  • Uma época;
  • Uma era;
  • Uma fase;
  • Uma idade;
  • Um momento;
  • Um evento histórico...
Estas observações podem ser consideradas como se fossem "ESFERAS" de "Abrangência Temporal”.

Ao observar:
  • Uma família;
  • Uma comunidade;
  • Uma nação...
Neste caso, posso estar a observar pessoas no âmbito das "ESFERAS" “Sociais”.

No entanto, se o objeto da minha observação for:
  • Um sistema de crença;
  • Um conhecimento adquirido;
  • Os hábitos e costumes de um povo...
Então, é como se as diversas "Formas de Expressão Cultural” fossem as minhas "ESFERAS" observadas.

Se o que me detenho a observar for:
  • Um estado do ser;
  • Um modo de reagir;
  • Um jeito de sentir...
Podemos dizer que, os “objetos” de minha observação é como se fossem "ESFERAS" de "Natureza Emocionais”.

Quando abstraio e passo a observar:
  • A Fantasia;
  • A Ilusão;
  • A Mentira...
Neste caso, é como se os "Aspectos Fictícios” da existência fossem as reais "ESFERAS" de minha observação.

Por outro lado, quando o que eu observo exige que me mantenha focado:
  • Naquilo que é real;
  • Naquilo que se estuda a respeito;
  • Naquilo que se prova por experiência controlada...
Se for essa a forma de observação, então, podemos dizer que as "ESFERAS" observadas são de "Interesse Científico”.

Mas quando a ciência observada considera coisas como:
  • Aquilo que é místico para alguns;
  • Aquilo que é sobre natural para outros;
  • Aquilo que não é deste mundo...
 Podemos afirmar sem medo de assombração que estas são as "ESFERAS" das "Ciências Ocultas".

E estas são todas as "ESFERAS" que se podem ser observadas. Certo?

ERRADO!
Esta pequena lista nem de longe está perto de ser completa. Afinal, isso não é tudo! Mas apenas uma parte do todo, embora, tudo isso seja mais do que suficiente para exemplificar o que pode ser observado como se uma “ESFERA” fosse.

Contudo, convêm lembrar que as “esferas” aqui proposta, com suas respectivas nomenclaturas e agrupamentos em tipos diversos, é algo particular do meu entendimento, sujeito a alterações continuas conforme o processo evolutivo de minhas próprias observações.

E como observar cada uma destas ESFERAS?
Se você deseja saber como observar, isso vai ter de esperar.
Por enquanto, é somente isso. 
E só! Somente só e nada mais...

Antogofe
Aguarde a continuação em:
O Observador e a dança das esferas - Parte III  – A Dança.

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